quarta-feira, 21 de março de 2012

No atelier de escrita...

Na escola, a escrita provoca-se, a vontade de escrever estimula-se, mesmo que esse estímulo venha através da escrita do outro, colocada estrategicamente numa espécie de convite.
Foi o que aconteceu com o poema de António Nobre. Lavramos a terra para que o trabalho de escrita pudesse crescer e desenvolver-se.
Vejamos alguns trabalhos:

Um dia, no frigorifico,
Encontrei (foi essa a grande surpresa)
Uma caixa de bombons
Tudo chocolate preto e branco

Naquelas redondezas não havia
Quem se gabasse dum domínio igual:
Oh que bombons tão bons! Parecia
Uma fonte de chocolates banal!
                
Um dia (não sei quando, nem sei onde)
Os donos do frigorífico e zás
Deitaram por terra , a chave que tudo esconde

Na cidade, um dia,
Encontrei (foi essa a grande sorte)
Alto microondas, o que é a fantasia
Todo branco!

Naquelas redondezas não havia
Quem se gabasse de um domínio igual:
Oh microondas alto! Parecia
Uma fogueira de jornal.

Um dia (não sei quando, nem sei donde)
Uma corrente de água
Deitou por terra, ao vento que tudo esconde

Na praia da felicidade
Encontrei”foi esse o grande mal”
Alta prancha de surf, o que é a  fantasia
Toda madeira céu sangue

Naquela redondezas não havia
Quem se gamasse de um domínio igual
Oh prancha tão genial
A prancha parecia de um senhor Radical 

À beira mar,um dia
Encontrei (por essa a minha sorte)
Uma concha,que era de fantasia
Cheia de cor e recorte

Naquelas redondedezas não havia
Quem se gabasse de tal
Oh concha tão linda! que se ouvia
O mar na sua linda melodia.



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