Hoje,
partimos para a leitura do poema de Eugénio de Andrade “Aquela nuvem”.
Aquela nuvem
- É tão bom ser nuvem
ter um corpo leve,
e passar, passar.
- Leva-me contigo.
Quero ver Granada.
Quero ver o mar.
- Granada é longe,
o mar é distante,
não podes voar.
- Para que te serve
ser nuvem, se não
me podes levar?
- Serve para te ver.
E passar, passar.
Eugénio de Andrade
Após várias leituras, recriamos parte
da sua escrita para melhor nos apropriarmos dela.
É tão bom ser borboleta
Ter um corpo colorido
E voar, voar.
Leva-me contigo.
É tão bom ser estrela
Ter um corpo brilhante
E piscar, piscar.
Leva-me contigo.
É tão bom ser flor
Ter um corpo cheiroso
E florir, florir.
Leva-me contigo.
Finalmente, relacionamos o poema “Atlântico”
de Sophia de Mello Breyner, que
estudamos há algumas semanas atrás, com este poema de Eugénio de Andrade. Vimos
como escritores diferentes podem ter ideias que se cruzam.
Experimentamos então, juntá-los em
recriações nossas:
Borboleta
Metade da minha alma é feita da vontade
de voar.
É tão bom ser borboleta
Ter um corpo colorido
E voar, voar…
Leva-me contigo.
Criança
Metade da minha alma é feita de
brincadeira.
É tão bom ser criança
E crescer, crescer…
Leva-me contigo.
Coração
É tão bom ser coração
Ter um corpo encarnado
E bater, bater…
Leva-me contigo.